Carros que fizeram história no Brasil: Volkswagen Brasília

Carros que fizeram história no Brasil: Volkswagen Brasília

Uma coisa é certa: o brasileiro é apaixonado por carros! E mais ainda por carros antigos que fizeram história. Na nova série da Go! Cars, você vai conhecer os carros antigos que fizeram história no Brasil. E vamos começar com o modelo histórico que foi batizado em homenagem a nossa capital: o Volkswagen Brasília.

O Brasília foi o primeiro carro da Volkswagen com design 100% nacional e teve como seu principal concorrente o Chevrolet Chevette. Foi muito popular no mercado brasileiro, vendendo em torno de 950.000 unidades no mercado nacional durante toda a sua história. Conheça mais sobre o carro.

História do Volkswagen Brasília

O Volkswagen Brasília é um modelo acompanhado por polêmicas desde o seu período de testes. Um grande incidente envolvendo os seguranças da Volkswagen e um fotógrafo freelancer. Os seguranças atiraram contra o fotógrafo que tentava conseguir um furo de reportagem sobre o novo carro. Mesmo assim, as fotos foram vendidas para a revista Quatro Rodas, e o fotógrafo foi contratado por ela logo depois.

No fim, a expectativa para o novo carro da VW era grande. A Chevrolet tinha acabado de lançar o Chevette, carro que também se tornou muito querido pelos brasileiros, e a VW precisava de um novo modelo para substituir o Fusca, o que acabou não conseguindo fazer.

Assim, o Volkswagen Brasília foi lançado em 1973, e produzido até 1982 pela VW do Brasil. Ele teve como inspiração a robustez do Fusca, o carro mais vendido no país na época, com mais espaço interno. O design foi inovador nos 70 's, com linhas retas suaves na carroceria, traseira retilínea, grande área envidraçada e uma tampa traseira hatchback, novidade no Brasil até então. Apesar do seu espaço interno, o Brasília era um veículo compacto.

O motor mais famoso do Brasília não foi o seu original de 1,6 litro alimentado por um único carburador Solex 30, que gerava 60 cv de potência. Ele era muito fraco e pouco econômico para quem tinha interesse pelo Brasília. Então, a Volkswagen lançou um novo modelo com motor 1,6 litros alimentado por dois carburadores Solex 32 e 65 cv de potência. A nova versão fez sucesso e o motor tornou-se o oficial do veículo e faz o motor de carburação simples sair de linha.

Como era um veículo pensado para ser mais barato, o Brasília foi lançado com um interior simples. Porém, o ano de 1977 foi de importantes mudanças no conforto e na mecânica do modelo, o veículo ganhou a opção de um interior mais luxuoso com acabamento monocromático e recebeu um novo sistema de freios, entre outras modificações. 

O Brasília teve várias pequenas modificações em sua aparência ao longo do tempo, como a mudança do emblema traseiro de “VW Brasília” para apenas “Brasília”, em 1974. Mas o primeiro face-lift real do veículo ocorreu apenas em 1978. O novo modelo vinha com um parachoque mais robusto com formato retangular, o capô foi reforçado e ganhou dois vincos e as lanternas traseiras passaram a ter uma nova superfície plástica. As versões monocromáticas continuam existindo.

Em 1979, surgem as primeiras versões 4 portas no Brasil destinadas a taxistas e frotistas, mas acabam não fazendo muito sucesso. Neste ano, o Brasília tornou-se o carro mais vendido do país, com mais de 150.000 unidades vendidas.

Em 1980, a tecnologia do combustível a álcool estava em fase de testes. Assim, foi lançada uma versão do Brasilia com motor 1,3 litro movido a álcool. Porém, ele tinha baixo desempenho e consumia muito combustível, o que o tornou um fracasso em vendas.

Em 1982, o modelo do Brasília começa a ficar ultrapassado comparado às novidades do mercado. A Volkswagen cogita instalar a mecânica do Passat no veículo, criando o primeiro carro originário do Fusca a se tornar parte da nova linha refrigerada à água da marca. Porém, a montadora preferiu investir em um novo veículo e focou produção do Volkswagen Gol, lançado em 1980. Em março de 1982, a produção do Brasília é encerrada oficialmente no Brasil, com mais de 950.000 unidades durante toda a sua história no mercado interno e mais de 100.000 unidades para a exportação, contabilizando mais de um milhão de veículos fabricados.

Atualmente, o Brasília é um carro muito requisitado por apaixonados pelo antigomobilismo. Ainda hoje, é comum encontrá-lo nas ruas do país em versões modificadas ou totalmente reformadas. Por ter saído de linha há mais de 30 anos, o Brasília já é considerado um carro clássico e pode circular a placa preta, que indica que o carro é uma versão de colecionador. Também há muitas pessoas que usam o antigo carro no dia a dia, principalmente nas periferias e no interior. 

Brasílias icônicas

A Dacon, concessionária de São Paulo, ficou conhecida pela criação de modelos de luxo do Brasília. A sua versão mais famosa era equipada com o motor original da Porsche de quatro cilindros, originário do modelo 912.

Além disso, o Brasília também foi usado como carro de corrida de Ingo Hoffmann em 1974, pela equipe Creditum na antiga Divisão 3 e ganhou o campeonato paulista na Classe A.

No campo da música, o Brasília foi imortalizado pelo grupo Mamonas Assassinas, que gravou a faixa “Pelados em Santos” citando uma “Brasília amarela”. Uma versão amarela com rodas esportivas era o mascote da banda, e em seu disco o logotipo “VW” aparece invertido formando a sigla “MA”.

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