Carros antigos que fizeram história no Brasil: Ford Maverick

Carros antigos que fizeram história no Brasil: Ford Maverick

Quando falamos sobre o Ford Maverick no Brasil, tratamos sobre um assunto muito polêmico. O carro que chegou ao país em 1973, já teve a fama de “beberrão” e teve sua produção rapidamente encerrada. Mesmo assim, o veículo reuniu alguns fãs, principalmente em sua versão esportiva GT V8.

É natural que o Ford Maverick antigo seja confundido com a nova picape da montadora, a Ford Maverick, lançada no Brasil para concorrer com a Fiat Toro. Não é a primeira vez que a Ford dá o nome de Maverick para um modelo totalmente diferente que o tradicional carro esporte. A marca já lançou até mesmo um SUV no mercado Australiano com o mesmo nome, semelhante ao Land Rover Defender. Mas não se engane! Não há nenhuma semelhança entre os modelos.

O Ford Maverick foi lançado no Brasil como um carro de porte médio, destinado a concorrer com modelos como o Chevrolet Opala e o Dodge Dart. Confira a sua curta, mas marcante, história no país.

História do Ford Maverick

O Ford Maverick foi um carro produzido pela Ford Motor Company entre os anos de 1969 e 1977 nos Estados Unidos. Numa carreira curta, ele foi introduzido no mercado brasileiro em 1973 e foi produzido no país até 1979.

No Brasil, ele foi oferecido em duas versões: a básica, com motor de quatro cilindros e 2.3 litros de cilindrada, e a versão GT, equipada com motor V8 de 5.0 litros. Em 1975, ele bateu seu recorde de vendas, com cerca de 29.000 unidades comercializadas. Esse valor, porém, foi considerado baixo, já que o seu principal concorrente, o Chevrolet Opala, vendeu cerca de 128.000 unidades no mesmo ano.

Em relação ao seu nome, o “Maverick” é cercado por lendas e ninguém sabe qual é a sua origem ao certo. Alguns afirmam que o nome Maverick é uma homenagem a uma raça de cavalo selvagem americano, conhecido por sua resistência, agilidade e força. Outros contam que o nome teve inspiração em Samuel Augustus Maverick, um fazendeiro, advogado e político que assinou a Declaração da Independência dos Estados Unidos. Dizem que Samuel deixava o seu gado caminhar sozinho, sem nenhuma marcação, assim, “Maverick” virou uma gíria para identificar todo animal que circula sozinho sem estar marcado.

Independentemente da sua origem,  a escolha do nome foi feita para transmitir a ideia de um carro forte, ágil e imponente, que pudesse se destacar em um mercado altamente competitivo. O nome "Maverick" também tinha um apelo moderno e inovador, que combinava com o design arrojado e as tecnologias avançadas do carro na época do seu lançamento.

O Ford Maverick era um carro de design arrojado e moderno para a época, com linhas agressivas que se destacavam na multidão. Ele passou por diversas mudanças em seu design e equipamentos, mas manteve sua reputação de carro esportivo e potente. Porém, mudanças no mercado mundial de petróleo fizeram com que o veículo não se sustentasse em relação às suas vendas.

Criticado pelo seu alto consumo, o Maverick com motor de seis cilindros herdado do Itamaraty, tinha bastante torque, mas era muito lento na aceleração. Claro que as equipadas com o motor V8 eram mais rápidas em relação a aceleração, mas também consumiam muito combustível. 

A crise do petróleo, iniciada em 1973, fez com o modelo não tivesse grande sucesso, e a Ford resolveu tirá-lo de circulação em 1979 para substituí-lo por modelos mais compactos e econômicos, como o Ford Corcel II.

Veja também: A história do Volkswagen Brasília

Versões do Ford Maverick

Suas versões mais famosas são as equipadas com o motor V8, principalmente nos modelos GT e Super Luxo. Essas versões são consideradas raríssimas e muito desejadas por colecionadores de carros. Porém, há outros modelos do Ford Maverick que também ficaram famosos. Conheça os principais:

Ford Maverick L

O Ford Maverick L era disponibilizado tanto na versão 2.3 quando na versão 3.0. O Ford Maverick L 3.0 era uma das versões intermediárias do carro no Brasil, lançada em 1973 e equipada com um motor de 6 cilindros em linha e 3.0 litros, capaz de desenvolver 132 cv de potência. Já o Ford Maverick L 2.3 era uma versão mais básica , lançada em 1974 e equipada com um motor de 4 cilindros em linha e 2.3 litros, com 90 cv de potência.

O Maverick L 3.0 contava com alguns itens de conforto a mais em relação à versão básica L 2.3, como vidros verdes, bancos dianteiros individuais com encosto ajustável, console central com porta-objetos, entre outros. Além disso, o carro tinha um desempenho melhor em relação à versão básica, graças ao motor mais potente.

Confira: Os carros que marcaram o cinema

Ford Maverick GT

O Ford Maverick GT foi a versão mais esportiva e potente do carro no Brasil. Foi lançada em 1973 e equipada com um motor V8 de 302 polegadas cúbicas, capaz de desenvolver 199 cv de potência. Essa versão era oferecida com transmissão manual de quatro marchas ou automática de três marchas.

Além do motor potente, o Maverick GT contava com diversos itens de desempenho e estilo, como capô com tomadas de ar, faixas laterais, rodas esportivas, bancos individuais tipo concha, volante esportivo, entre outros. A suspensão do carro também era mais rígida, para garantir melhor estabilidade em altas velocidades.

O Maverick GT foi um dos carros mais desejados da época, sendo considerado um ícone do automobilismo nacional. Ainda hoje, o Maverick GT é bastante valorizado entre colecionadores e entusiastas de carros antigos.

Ford Maverick Super Luxo

O Ford Maverick Super Luxo foi uma das versões mais sofisticadas e equipadas do carro no Brasil. Foi lançada em 1976, substituindo a versão L 3.0, e era oferecida com motor de 6 cilindros em linha e 3.0 litros, com potência de 132 cv, ou com o motor V8 de 302 polegadas cúbicas, com potência de 199 cv. Ambas as opções de motor podiam ser equipadas com transmissão manual de quatro marchas ou automática de três marchas.

O Maverick Super Luxo tinha diversos itens de conforto e conveniência, como ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, espelhos retrovisores externos com controle interno, bancos dianteiros individuais e reclináveis, entre outros. Além disso, o carro tinha um acabamento interno mais refinado, com painel e forros de porta em vinil e tapetes de carpete

Essa versão é valorizada pelos colecionadores, pois foi produzida em menor quantidade em relação às versões mais básicas e à versão GT.

Quer saber mais sobre os carros antigos que marcaram história no Brasil? Então veja aqui a origem e história do Chevrolet Chevett